Sobre Portfólio, IA e o Prazer de Fazer Sentido

Ficar anos sem montar um portfólio me atrapalhou mais do que eu imaginava. Não era falta de projeto. Era aquela velha enrolação de "depois eu organizo".

Resultado?

Quando realmente precisei, não tinha nada.
Sem portfólio.Sem arquivos.
Sem história para contar.
E sem trabalho.

Tentar construir o primeiro portfólio nesse cenário foi um caos: difícil lembrar o que fiz, difícil costurar uma narrativa, difícil acreditar no que eu estava mostrando..

O segundo já foi mais fácil.
O terceiro, mais natural.
E o último?Fiz no feriado — em três dias — e foi gostoso de fazer.
Usei tudo o que tinha à mão.

Planejei o conteúdo com IA, escrevi os textos com IA, gerei as imagens com IA, prototipei com IA. Foi um trabalho de dupla: eu e ela. Sem dev no meio, sem perfeccionismo.

Da ideia ao site no ar — ponta a ponta.

Claro que a IA facilitou.

Mas se eu não tivesse clareza do que queria contar, não sairia nada.Se eu não tivesse errado e refeito tantas vezes antes, não saberia nem o que pedir.Se eu não tivesse aprendido a escutar o que me dá prazer, não teria terminado.

O que aprendi é que um portfólio bom não é o mais bonito.
Não é o mais técnico. Nem o que vai impressionar mais.

É o que você consegue fazer agora — com o que sabe, com o que tem.
É o que te dá vontade de abrir e mostrar para alguém.
É o que reflete quem você é, hoje.

Criar um portfólio, pra mim, foi menos sobre agradar.

Foi sobre refletir.
Sobre me entender.
Sobre expressar o que é meu.

AI nenhuma me tira esse prazer.